Pesquisar este blog

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Conversa com Criacionistas...

> Professor Nelio,
>>
>> Meu nome é Marcos Stefano e sou jornalista da revista Ictus, uma nova
>> publicação bimestral de atualidades, que está chegando agora ao mercado.
>> Estou fazendo uma reportagem sobre Darwin e as mudanças causadas pela Teoria
>> da Evolução e comprei seu livro Darwin - Do telhado das Américas à teoria da
>> evolução. Gostaria de entrevistá-lo sobre esse tema, os desdobramentos da
>> teoria e seu impacto sobre o mundo moderno. Pode me mandar um telefone seu
>> para marcarmos? Ou posso enviar as perguntas, mas precisamos combinar para
>> tirar uma foto.


Vocês imaginaram que esse e-mail poderia ser de uma revista criacionista?

Pois bem: aqui vão minhas respostas. Se vocês virem o que saiu publicado, não reconhecerão minhas palavras. Eu não sabia que o criacionismo chegava ao ponto de criar respostas! As originais, de minha criação, aqui vão:

1) Como surgiu seu interesse por Darwin? O que o levou a pesquisar os
> manuscritos originais do cientista e que mais o impressionou ao estudá-los?

Meu interesse por Darwin e pela evolução vem de muito pequeno, com as histórias que meu pai me contava sobre Galileu. Meu pai estudou física na Universidade de Pádua e dizia que as carteiras tinham a marca de um antigo estudante... Galileu! Era uma brincadeira que eu levei alguns anos para entender, mas ficou o fascínio para procurar entender o que os cientistas do passado pensaram. Ele dizia que os cientistas do passado não nos legaram idéias velhas, mas o pensar criativo. Minha paixão pela Biologia me levou ao mestrado em Biologia Evolutiva. Dali criei um projeto de pesquisa que pretendia estabelecer paralelos entre o que se passa na mente dos estudantes quando começam a estudar evolução e a maneira em que o Origem das Espécies foi escrito. Estava interessado não na versão impressa, mas nos rascunhos, rabiscos, em conhecer a ordem de escrituração do livro. Para isso, até o tipo de papel era importante, para saber se a página estava na sequência ou se era uma página nova, de pensamento refeito. Foi muito emocionante, mas me senti invadindo a privacidade não só de Darwin, mas de sua família. Percebi o peso ético de uma pesquisa histórica.


>
> 2) .Há poucos livros em português acessíveis ao público leigo, que não sejam e que . didáticos (usados no ensino médio). Isso o motivou a escrever “Darwin- No Telhado das Américas” ?

Sim, exatamente. Eu queria interessar os jovens por um problema emocionante, e ao mesmo tempo contar histórias de amor, falar de astronomia, de economia política, de literatura, da história da América do Sul - que vergonhosamente não está em nossos currículos. E isso, abordando o principal: a idéia de tempo geológico, percorrendo o mesmo trajeto mental que Darwin percorreu. É uma faceta pouco conhecida, mas absolutamente necessária para o entendimento atual da teoria.O livro sai agora em segunda edição, com dois capítulos novos. Um deles explica a teoria evolutiva em detalhes, o outro trata da dimensão pessoal de Darwin e de sua primeira namorada, uma figura esquecida na história de Darwin!


>
> 3) Qual a importância da viagem do Beagle para a estruturação das idéias evolutivas de Darwin?

A viagem do Beagle foi um acontecimento muito importante para a geopolítica da época. Bastava dizer que para ir de Nova York a São Francisco (ainda não havia trem!) era necessário atravessar o Estreito de Magalhães ou ... o Canal Beagle! Sim, o nome do canal se deve ao navio, que, na viagem anterior, percorreu a região e achou uma passagem alternativa, evitando o Cabo Horn, um caminho tempestuoso e muito perigoso. A longitude precisa do Rio de Janeiro não era conhecida em 1832 e ela definia, por triagulação, todo o contorno cartográfico da América do Sul. Mas, para Darwin, em especial, a viagem do Beagle foi o acontecimento mais importante de sua vida, pois lhe permitiu conhecer uma região que ainda não tinha sido investigada do ponto de vista geológico. Além disso, Darwin coletou muitos espécimes, que se revelaram de grande importância para o conhecimento da época. Quando Darwin voltou, ele já era uma pessoa conhecida nos meios científicos ingleses.

>
> 4) O principais opositores de Darwin parecem ter sido religiosos e a Igreja. Isso é real?

Se você se refere à Igreja Anglicana, está correto, mesmo porque fora da Inglaterra Darwin ainda não era conhecido. Por outro lado, a Igreja Católica aceitava as definições de tempo geológico que vinham sendo desenvolvidas desde o século XVIII, chancelando a publicação de livros que foram precursores importantes da geologia que permitiu a obra de Darwin. A Inquisição tinha dado seu "Imprimatur" para livros, como de Antonio Vallisneri, professor da Universidade de Pádua e seguidor de Galileu, que diziam que os restos de mares encontrados em grande altitudes nos Alpes nada tinham a ver com o dilúvio bíblico, mas sim com "grandes revoluções" da Terra em tempo remoto. E não podemos perder de vista que a Igreja Anglicana controlava as universidades inglesas. Não é à toa que os grandes cientistas britânicos da época, como Charles Lyell, eram escoceses - e não ingleses. Além de Samuel Wilberforce, o bispo anglicano de Oxford, Lord Kelvin foi outro opositor ferrenho. Mas ele tinha seus compromissos com a elite acadêmica da época, toda ligada à Igreja Anglicana. Basta dizer que Kelvin ia ao culto todos os dias e Darwin nunca foi professor universitário.

>
> 5) Lendo sobre Darwin, tem-se a impressão que sua vida foi cheia de incertezas e certo temor de chocar o mundo abalando antigas convicções. Darwin, o homem, era assim mesmo?

As incertezas começaram desde o embarque no Beagle. Uma moça lindíssima (e milionária) tentou impedir que Darwin viajasse no Beagle - chegou a ir até o cais do porto! - mas não conseguiu. Ela se casaria com Charles, se ele decidisse pedir sua mão em casamento. A própria viagem era cercada de incertezas, pois era uma aventura de fato perigosa, basta dizer que vários marujos morreram na viagem, inclusive de malária no Brasil, quando nada se sabia sobre sua real forma de transmissão pelos mosquitos. A idéia de que Darwin relutou em publicar não leva em consideração o fato de que a teoria tinha diversas lacunas e Darwin estava ciente disso. Apenas em 1856 ele conseguiu preencher uma das lacunas mais importantes, criando o princípio da divergência. Este foi, na verdade, o verdadeiro rompimento com a teologia natural de William Paley, pois assumia que a adaptação biológica não é perfeita e, portanto, não se pode ver marcas de nenhuma mente divina ao olhar para a natureza. Essa idéia é revolucionária até hoje e até mesmo bioquímicos reputados não a admitem.

>
> 6) As teorias de Darwin tiveram enorme impacto na sociedade e no modo de pensar do ser humano, modificando conceitos na esfera ética, moral e até religião. Além da
teoria científica, quais os principais impactos trazidos pelas idéias de Charles Darwin?

Na própria teologia, Darwin acabou por explicar um dos problemas que afligiam Alfred Wallace desde a juventude, a teodisséia. Wallace se perguntava porque havia tanta fome, tanto sofrimento, tanta guerra, se havia um Deus benevolente e onipotente que tudo podia. Ele então queria que sofrêssemos, que as crianças adoecessem, era um Deus que criava os males do mundo? Darwin trouxe a perspectiva de um mundo inacabado, que tem um moto próprio e que não exclui a possibilidade de um Deus. Evidentemente não é uma entidade que fica cuidando dos ovos nos ninhos das aves e que manda os chupins devassarem os ninhos dos tico-ticos em determinados momentos exatos. O mundo de Darwin é um mundo-máquina, na tradição newtoniana, que se move por leis próprias, e que pouco conhecemos. O que há na sua origem, dizia a base do agnosticismo - uma invenção de outro amigo de Darwin, Thomas Huxley - nós não sabemos. Mas o Darwin idoso avançou a linha da prudência e chegou a condenar a vacinação contra a varíola, dizendo que o ser humano não pratica consigo mesmo aquilo que faz com seus animais e plantas. Ele permite que apenas os animais de boa estirpe se reproduzam nas fazendas, mas nos hospitais e asilos envida todos os esforços para prolongar a vida de criaturas débeis, que a Natureza teria eliminado. Ele via a ruína da humanidade por meio da piedade e da caridade. Ele era contra a escravidão, como todo burguês liberal de sua época, pois sua visão social estava profundamente comprometida com o ideário de seu estrato social.
>
> 7) Apesar de tudo, as teorias de Darwin ainda são muito contestadas. Livros
> como A Caixa Preta de Darwin, de Michael Behe, lançam dúvidas quanto à
> veracidade de suas teses. Há motivos para, 150 anos depois, as teorias ainda
> serem contestadas?

Não nesse sentido de Behe. Ele é um dos que vê perfeição onde ela não existe e a engenhosidade da bioquímica é muito mais uma sucessão de alternativas termodinamicamente econômicas do que um proverbial projeto divino. Não há perfeição na natureza. Pense na sua coluna vertebral ou na próstata! Quantos defeitos de projeto! Tudo é precário e provisório, mesmo que funcione bem até a idade reprodutiva. As contestações a Darwin, nos diz o zoólogo Mário de Pinna, em um escrito recente, ou são anacrônicas ou irrelevantes. Ele compara a ideia da evolução à idéia da esfericidade da Terra. Durante muito tempo se questionou a idéia de que a Terra fosse redonda. Àquela época, havia razões para isso. Mas hoje, o questionamento ou é anacrônico – imagine alguém defendendo a idéia de que a Terra é plana o ridículo que enfrentaria! – ou ele é irrelevante – alguém dizendo que ela é achatada nos pólos, por isso não é redonda! A Terra é redonda, em linhas gerais. Se ela é um esferóide achatado nos pólos não muda em nada a idéia geral. O mesmo ocorre com a evolução. A comunidade científica discute hoje COMO a evolução ocorre e não SE a evolução ocorre. As idéias de Behe nada mais são do que a Teologia Natural de William Paley, que via perfeição em todo lugar, repaginadas com os contextos bioquímicos modernos. Não podemos esquecer que 99,9% das espécies que já existiram foram extintas. Isso é um claríssimo indício de que não há nada de perfeito, pelo menos em nosso planeta! Essa idéia devemos a Darwin. Ela não tinha ocorrido a Galileu!
>

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Veja... que vergonha!

A Atualidade de Charles Darwin

Este era o título da matéria das páginas 160-1 da Veja 2134, de 14 de outubro de 2009, que chegou às bancas no dia 11/10. A matéria era interessante e falava do lançamento do livro " A Ilha de Darwin" de Steve Jones, geneticista do University College de Londres. A matéria anuncia três lançamentos, mas fala apenas deste e de um outro, uma seleção de correspondências de Darwin, lançamento da UNESP. A matéria, escrita por Diogo Schelp trata de diversos assuntos e demonstra certo conhecimento tanto de Biologia quanto de sua História. Mas a matéria tinha alguns erros.

Eu mandei, no dia 13/10, o seguinte e-mail para o diretor de redação, devidamente identificado com RG etc:



Sr Diretor de Redação,

A matéria "A atualidade de Charles Darwin" (veja de 14 de outubro, pág 160-2) anuncia três lançamentos, menciona dois, e traz uma bela matéria sobre o livro de Steve Jones (A ilha de Darwin). No entanto, ela merece alguns reparos, pois menciona que Darwin perdeu dois filhos ainda na infância, e isso teria tido importância para seus interesses de pesquisa sobre endogamia. Na verdade foram três, mas em contextos muito distintos. Está razoavelmente bem estabelecido que um deles era portador da Síndrome de Down (que ainda não tinha esse nome), e faleceu em 1858, logo antes do término da redação de Origem das Espécies. Ele se chamava Charles W. Darwin, e isso provavelmente teve impacto efetivo sobre seus interesses científicos. Por fim, a bela foto com a casa de Darwin que aparece na matéria (p. 162) traz uma informação errada na legenda, ao dizer que ele realizou ali experimentos ANTES de zarpar no Beagle. Bastaria dizer que ele chegou do Beagle em 1836 e se mudou para Down House em 1842.
Att,

Nelio Bizzo
USP - SP

Pois bem, eu estava até elogiando a matéria...

Na edição seguinte, 2135, de 21 de outubro, à página 54, no final da seção de cartas dos leitores, onde se diz o nome de cada sujeito que disse algo que a redação achou que valia a pena comentar, a Veja deu o seguinte:

"Correção: na reportagem "A atualidade de Charles Darwin" (14 de outubro), a casa da foto foi o lugar onde Darwin fez suas pesquisas depois de voltar da viagem do Beagle."

E ponto final, PT saudações!

Bem, em primeiro lugar, o leitor acha que foi o próprio controle de qualidade de Veja que produziu a nota. Não que eu faça questão de agradecimento, mas seria no mínimo mais honesto dizer algo como "nossos leitores nos alertaram...". Mas, o mais importante, é que a redação não permite ao leitor entender o que ocorreu. Parece que a foto saiu sem legenda, e não foi nada disso! Em jargão jornalístico, foi uma "barriga".

Por fim, a questão da morte dos filhos não tinha relação com o argumento. Todas as famílias passavam por isso, haja vista a alta mortalidade infantil da época. Não é que eu tome por erro seríssimo trocar 3 por 2, mas é que nem mesmo as três perdas poderiam justificar o argumento. De fato, Darwin falava que sua casa mais parecia um hospital, e nisso havia uma suspeita de alguma fraqueza inata.

Mas a primeira perda, foi de uma menina, provavelmente com uma malformação, que faleceu logo depois do nascimento. Pela curiosidade de Darwin sobre cirurgias corretivas de lábios leporinos (há vários artigos em sua biblioteca pessoal sobre o assunto), eu arriscaria que esse tenha sido o caso da pequena Mary Eleanor.

A segunda perda é a mais conhecida, e tema de um livro de Randal Keynes, "Annie's Box", que o editor americano insistiu que fosse publicado com outro título, que incluísse "Darwin", e ficou: "Darwin, his daughter and human evolution" (publicado pela Riverhead Books). Cuidado, pois é o mesmo livro! O próprio Randal me contou a história do editor americano. Anne Elizabeth morreu em 1851, depois de uma doença que pode ter sido tuberculose, mas não há certeza sobre a causa.

Por fim, Charles Waring Darwin faleceu em junho de 1858, logo depois de seu pai ter recebido a famosa carta de Wallace. Eu escrevi bastante sobre isso, estabelecendo uma relação entre essa perda, o destaque do "princípio da reversão" no ensaio de Wallace, e uma hipotética síndrome de Down no garoto. O artigo foi publicado no Journal of the History of Biology em 1992. Dez anos depois, no livro de Randal Keynes aparece a primeira (e única) foto do garoto, com comentários sobre um possível diagnóstico de ... sídrome de Down! Escrevi sobre isso no artigo da Revista Sociedade e Ambiente, no número especial sobre evolução, um belíssimo trabalho de edição de Augusto Videira, Charbel El Hani e Elgion Lotero (uma das mais belas procuções do período). É o n. 36, da revista, editada pela UFSM (www.ufsm.br/cienciaeambiente), e o artigo de que falo chama-se "Darwin e a Evolução Humana: Desfazendo alguns mitos".

Vejam que não era apenas uma picuinha. Bem, talvez, isso seja a visão de Veja sobre o sigilo se suas fontes...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Evolucionistas x Criacionistas: as sumidades em cena...

O bom do BLOG é que acabou a fofoca... Me disserram que havia uma postagem azêda em um BLOG da VEJA e eu entrei lá e vi... Tinha mesmo... E era azêda mesmo...

Aqui vai:

A evolução e o Big Ban nunca foram confirmados pela ciência como fatos. Não são leis e nem mesmo teorias. Não passam de hipóteses. Acerca da evolução, o Dr. R.A. Millikan, eminente físico, discursando ante a Sociedade Química Norte-Americana, declarou: "O que é mais patético, em torno dessa questão, é que muitos cientistas estão querendo provar que a evolução é uma verdade, o que nenhum homem de ciência pode fazer". Quem é Nélio Bizzo ante a sumidade científica de R.A. Millikan? Quem é Nélio Bizzo diante Sir Isaac Newton,Blaise Pascal e Nicolau Corpênico, cientistas geniais e criacionistas até a morte? Conosco, não violão. Usar clichezinhos como “idade das trevas” e outras tolices para diminuir criacionistas é coisa de pseudointelectual - sem hífen . Tem que ter argumento, bibliografia.

Bem, o lado mau do BLOG é que ele se vale justamente de requentação de matérias. No caso, o site estava reproduzindo uma matéria que apareceu na Folha de São Paulo, quando do caso do ensino de criacionismo em uma escola de SP. Na matéria, um cientista de Brasília dizia que o criacionismo poderia ser ensinado, contanto que nas aulas de religião, e eu dizia que também não se deveria colocar ciência nas aulas de religião. Eu dizia, justamente, que não fazia sentido querer provar a existência de Deus com as ferramentas da ciência.

O engraçado é que a crítica dirigida a mim, deveria ser dirigida ao outro professor, o Dr. Isaac Roitman, que aliás, é bem mais importante do que eu (é membro da ABC e tem grandes publicações na área de tripanossomídeos), se bem que seja difícil ser mais importante do que o Robert Andrews Millikan (para quem não sabe, é um físico nobelista que determinou a carga do elétron). Mas o herói de nosso crítico ganhou o prêmio Nobel em 1923 e morreu em 1953, aos 85 anos de idade. Portanto, nosso prezado crítico, além de mirar na pessoa certa, deveria caprichar mais no tiro, pois nem a pólvora (nem dinamite, inventada pelo Nobel) resistiria a todo esse tempo. Propelente vencido!

O que o Millikan diria da estrutura do DNA (que ele não conheceu)? E de tantas evidências que passaram a estar disponíveis nos últimos 60 anos? No entanto, ninguém pode dizer que a ciência gera conhecimento infalível e imutável. A religião é que tem dogmas, não a ciência (ou pelo menos, não deveria ter).

Por fim, não faz sentido fazer um concurso de cientista com mais autoridade, até desenterrando os heróis do passado, que morreram criacionistas antes do aparecimento da teorida da evolução. Quando perguntaram a Einstein o que ele tinha a dizer a Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler, que dizia ter reunido os maiores cientistas do Reich para desacreditar suas teorias, ele teria retrucado algo do tipo: "Não me interessa quem são eles, quero os argumentos. Quais são os argumentos?"

A questão é essa... Ah! Por fim: bibliografia tem que ser atualizada a cada cinco anos, pelo menos...