Começou ontem – 01 de junho - o congresso conhecido como o “Woodstock da
Biologia Evolutiva”, no Centro de Convenções Charles Darwin, em Puerto
Baquerizo Moreno, na Ilha de San Cristóbal, uma das Ilhas Galápagos, no
Equador.
Depois da abertura de ontem, com o lançamento do Centro Lynn Margulis
de Biologia Evolutiva da Universidade São Francisco de Quito, por seu diretor,
o bioquímico mexicano Antonio Lazcano, tivemos o início das conferências. O
programa completo pode ser encontrado em um buscador com o título da
conferência, e eu manterei minha promessa de não colocar links nos posts, pelo
menos enquanto não conseguir impedir a colocação de links falsos e virulentos.
Portanto, não clique em nenhum link que eventualmente aparecer deste post.
Busque por palavras chave, que aparecem destacadas, redigitando-as em seu
buscador preferido.
No primeiro bloco de conferências teve destaque a
apresentação de Guilhermo Paz-y-Minho-C,
da Universidade de Massachusetts em Dartmouth, que trabalha com Avelina Espinosa, da Universidade Roger
Williams em Rhode Island. Cientistas equatorianos radicados nos Estados Unidos,
com uma impecável dicção do inglês, o prof. Guilhermo apresentou as mais recentes
publicações de seu grupo, que podem sem encontradas em seu site, que tem um
boletim Evolutionary Literacy. Os
estudos de seu grupo mostram que existe uma correlação fortemente positiva entre
nível de instrução e conhecimento da teoria evolutiva e da natureza da ciência.
Mario de Pinna,
do Museu de Zoologia da USP e pesquisador do EDEVO-Darwin, apresentou uma
cronologia das maneiras pelas quais homologias foram definidas antes do
conceito de sinapomorfia. Ao apresentar uma sucessão de uma sucessão de papers,
publicados principalmente na revista Cladistics, ele defendeu a ideia de que o
conceito de homologia, mesmo se originário de um contexto pré-evolutivo, não
deveria deixar de ser utilizado. As propostas mais modernas de árvores
genealógicas sem raiz, que definem
conexões entre entidades, sem considerar a escala do tempo, que se
prestam muito a modelagem computacional, embora cumpram uma importante função,
não substituem a ideia de sinapomorfias como homologias. Sua conclusão é a de
que é perfeitamente defensável a proposta da Associação Americana de
Professores de Ciências que defende a ideia de que os termos homologia e
sinapomorfia são equivalentes.
Logo em seguida, Maria
Isabel Landim, também do Museu de Zoologia da USP e pesquisador do EDEVO-Darwin,
apresentou um panorama das narrativas museológicas sobre evolução, tanto no
tempo como no espaço. Sua pesquisa atual envolve seis museus, nos Estados
Unidos, França, Inglaterra, Áustria, Rússia e Brasil, mapeando conceitos-chave
nas diversas exposições.
O período da tarde teve início com a conferência da Prêmio
Nobel Ada Yonath, do Weizmann
Institute de Revohot, Israel, que abordou o tema da origem da atividade
enzimática das proteínas e de como isso esteve ligado à definição de uma
estrutura básica dos ribossomos, que permanece incrivelmente conservada nos
mais diferentes seres vivos. Ao final, mostrou três tipos de atuação de
antibióticos, bloqueando a atuação dos ribossomos bacterianos e como os
mecanismos de desenvolvimento de resistência a eles envolvem mutações de ponto
relativamente simples e, portanto, com grande probabilidade de ocorrer.
A noite teremos uma reunião aberta do Centro Lynn Margulis
na qual o Núcleo de Pesquisa em Educação, Divulgação e Epistemologia da
Evolução da USP estará representado, buscando estabelecer parcerias para
projetos futuros.
Como a conexão é precária aqui em Galápagos, carregar fotos
vai ser difícil e vai ficar para depois, ok?
Mas antes haverei de mandar mais notícias desse “Woodstock da Biologia
Evolutiva”
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