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Segundo dia de Conferências
III World Summit on Evolution - Galapagos Islands - 1-5 June
III World Summit on Evolution - Galapagos Islands - 1-5 June
O dia começou com os anúncios das decisões da reunião da
noite de ontem, na qual ficou decido que iremos criar uma Sociedade
Iberoamericana de Biologia Evolutiva, com grandes possibilidades de termos uma
jovem brasileira como presidente. Nesse anúncio, Gabriel Trueba convidou todos
a sugerirem questões interessantes sobre evolução, de modo que possamos criar
uma primeira versão de um site com uma lista de pelo menos 10 boas questões que
todos gostariam de conhecer a resposta. Essa questões seriam oferecidas a
jornalistas especializados e ao público em geral, de maneira a iniciar uma
campanha para levantar o interesse na evolução.
Convido os leitores deste blog a
contribuir com questões (em inglês), na parte reservada a comentários (ou me mandando e-mails), e eu me compromento a repassá-las aos
organizadores, ok?
A primeira conferência de hoje foi The Evolution of Cooperation, apresentada por Charles Snowdon, da Universidade de
Wisconsin-Madinson (USA). Ele começou mostrando como a evolução da cooperação é uma
questão antiga, que teve em Darwin uma referência inicial obrigatória, da mesma
forma como Bill Hamilton mais recentemente. No entanto, hoje se admite que é
necessária uma aproximação com seleção simultânea em diferentes níveis, além
dos mecanismos epigenéticos e ativação e desativação de genes por fatores
ambientais (como ferormônios), o que torna a questão muito mais complexa. Em
seguida, ele traçou uma distinção básica entre os macacos do Velho Mundo e os
do Novo Mundo, mostrando uma série de características que nos levam a pensar
que sejam mais parecidos com os humanos, por conta de sua anatomia, mas na
verdade, do ponto de vista comportamental, os macacos do Novo Mundo são muito
mais parecidos conosco. Isso justifica o grande número de estudos com animais
como os micos sulamericanos, que ele analisou com detalhe. Uma das conclusões é
de que o sexo sem finalidade reprodutiva tem importante função de manutenção
dos comportamentos de cooperação com interessantes mecanismos moleculares
atuando em nível epigenético.
A conferência seguinte foi Holobionts and Evolution, por Forest Rohwer, da San Diego State
University, na Califórnia, que começou desmontando literalmente um conceito que
nos parece inquestionável. Ele mostrou que aquilo que chamamos de “indivíduo”,
na verdade é uma floresta (desculpe o trocadilho) de organismos, como fagos,
vírus, bactérias, arqueas e eucariotos, formando um “holobionte”, que seria, em
sua opinião, uma unidade de seleção natural. Desde os corais, pode-se ver uma
associação complexa de organismos, que incluem espécies exclusivas de
bactérias, com fagos associados. No muco das superfícies úmidas dos animais, em
corais, seres humanos etc, se forma uma associação extremamente íntima entre
certas moléculas, como anticorpos, e fagos especializados em destruir bactérias
patogênicas. Isso amplia extraorninariamente o conceito de sistema imune, e nos
ajuda a entender desde pneumonias até a doença dos corais, nas quais a ativação
de partículas virais parece ser um dos fatores decisivos para a sua morte.
O programa é extenso e vale a pena pesquisar os trabalhos dos apresentadores disponíveis na internet. Amanhã o trabalho é de campo e, se conseguir, mando fotos. Devemos visitar o lugar em que Darwin viu as tartarugas gigantes, que dão nome às ilhas. Mais informações (possivelmente com fotos) em breve!
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