quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Encontro da Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
III Encontro de Ciências Biológicas da UEL
10.000 acessos!
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Edward Wilson e o fim da Sociobiologia
Caro professor Bizzo,
>>>
>>>
>>>
>>> Tudo bem por aí? Espero que sim. Sou editor de Ciência da Folha de S.Paulo e
>>> gostaria muito de entrevistá-lo.
>>>
>>>
>>>
>>> Estou fazendo uma reportagem grande na Folha sobre a virada pró-seleção de
>>> grupo no pensamento do Edward O. Wilson - um livro recém-lançado dele vai
>>> contra a própria ideia de seleção de parentesco, dizendo que há poucas
>>> evidências empíricas sólidas a respeito dela.
>>>
>>>
>>>
>>> Gostaria muito de conversar com o senhor a respeito entre amanhã e quarta.
>>> Posso ligar para o senhor? Em quais telefones o encontro?
>>>
>>>
>>>
>>> Abraço e obrigado,
>>>
>>> -------------------
>>> Reinaldo José Lopes
>>> Editor de Ciência e Saúde/Science and Health editor
>>> Folha de S.Paulo
Caro Reinaldo,
>>
>> Como vai?
>> Estou de saída para o simpósio de J.Pessoa. Vc. vai?
>> (http://www.iseb2012.com/#!
>> Vc. vai encontrar alguns dos maiores geneticistas do planeta lá, que
>> bem poderiam falar sobre o assunto muito melhor do que eu.
>>
>> De minha parte, já te adianto que não me surpreende. Eu era estudante
>> de pós-graduação e já dizia que uma conjectura (que, na verdade era de
>> W.D.Hamilton, em seus dois artigos no Journal of Theoretical Biology,
>> de 1964), não podia ser apresentada como uma verdade absoluta. Cursei
>> a disciplina "Sociobiologia" durante o mestrado, e lembro-me que no
>> trabalho final, batizei a “nova ciência” de "compadrio genético" e
>> levantei outra conjectura, igualmente válida, dizendo que, se as de
>> Wilson estivessem corretas, o editor do livro “Sociobiology” deveria ser seu
>> aparentado. Quase fui reprovado! Para retribuir a gentileza, traduzi
>> dois artigos do "Science for the People Group" (do Garland Allen,
>> S.J.Gould e Cia.) e os publiquei pelo Centro Acadêmico da Biologia com
>> lindes de crueldade: uma das palavras-chave da ficha catalográfica era
>> "nazibiologia"! (achei há pouco uma cópia sobrevivente e me diverti
>> muito).
>>
>> Pois é, como dizem, o que se faz aqui se paga aqui...
>>
>> Se vc. não for ao congresso, podemos combinar por e-mail (não sei
>> ainda o nome do hotel em qeu vou ficar, mas certamente tem internet).
>>
>> Abraço,
>>
>> Nelio
> Oi professor,
>
> que pena, não estava sabendo do congresso. Seria uma oportunidade e tanto!
>
> Vou mandar algumas perguntas por email em breve então. De pronto, será que posso citar essa história pessoal sua na reportagem? É muito interessante e iconoclasta, me parece.
>
> Abraço e nos falamos,
> -------------------
> Reinaldo José Lopes
> Editor de Ciência e Saúde/Science and Health editor
> Folha de S.Paulo
Caro Reinaldo,
Sim, pode usar essa história pessoal. Ela ocorreu em 1981 e conversei
pessoalmente com o Garland Allen recentemente sobre ela há pouco tempo.
Vamos`as questões:
1)Quanto o senhor acha que tem de bagagem ideológica nas guinadas do Wilson? Tinha mesmo um elemento de conservadorismo político na defesa dele da seleção de parentesco? E tem isso também nessa volte-face pró-seleção de grupo?
Acho que a carga ideológica da seleção de parentesco era evidentemente
muito grande, pois era uma justificativa muito forte para o
determinismo genético e uma série de práticas sociais moralmente
inaceitáveis, como o racismo e a xenofobia. O "Science for the People
Group" estava denunciando isso, mas de qualquer forma, do ponto de
vista brasileiro, estávamos em plena ditadura. Chamar a sociobiologia
de naziobiologia foi certamente um exagero, mas não se pode perder de
vista que, como estudantes atuando em um Centro Acadêmico da época,
estávamos apenas razoavelmente exigindo o impossível.
2)Deixando de lado por um instante o lado político-ideológico, o senhor acha que hoje ele está em terreno teórico e empírico mais seguro ao defender a seleção de grupo? Ou, na prática, nada mudou?
A Filosofia da Ciência nos diz que é impossível que o cientista deixe
de ser influenciado pelas suas convicções mais íntimas quando
interpreta a natureza. Mas isso não invalida os produtos da ciência;
tomemos um exemplo clássico: o russo I. Mechnikov (1845-1916), que
inicialmente rejeitou o darwinismo pela sua similaridade com os
valores da sociedade capitalista e depois, dentro de um contexto
inclusive pessoal dramático, mudou completamente de ideia. Ele acabou
por desenvolver a teoria fagocítica, também muito útil ao ethos
competitivo e bélico, mas essencial para entender a imunidade, pelo
que ganhou inclusive o prêmio Nobel. Já argumentei que talvez um Nobel
tenha sido pouco, pois ele nos ensinou que a ciência não se invalida
pela “marca de nascença” social. O problema é seu uso para explicar a
sociedade. Os glóbulos brancos continuam a combater bactérias; o uso
ideológico da teoria fagocítica adviria da justificação das guerras ou
do orçamento militar dos países como sendo algo “natural”.
A seleção de grupo tem uma base
empírica muito ampla e reconhecida e nos ajuda a entender situações
nas quais a seleção darwiniana individual não explica o padrão
observado em grupos de indivíduos que colaboram em vez de competir.Darwin dizia que havia duas coisas que lhe tiravam o sono: a formiga e o pavão. Aliás este é o título de um belo livro da Helena Cronin.
3)Ele argumenta que há um paralelo importante entre a eussocialidade dos insetos sociais e a "eussocialidade" humana. O que o sr. acha? É totalmente estapafúrdio?
A eussociabilidade dos insetos surgiu várias vezes de maneira
independente e a sociabilidade dos primatas não tem, rigorosamente
falando, nenhuma característica homóloga com qualquer de suas versões.
Dizer que podemos compreender a sociedade humana olhando para uma
colméia de abelhas me parece outra típica manifestação daquele cacoete
ideológico que Wilson parece não ter perdido. Talvez seja genético...
Talvez ele seja descendente de uma família que possui um gene que faz
as pessoas pensarem que tudo é genético! [não publique isso, é infame demais!]
Se quiser conversar, podemos combinar pelo skp hj depois
das 18h (o congresso está ótimo!)
Abraço,
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Darwin: postillion of the Andes



quinta-feira, 31 de maio de 2012
Apresentação na Universidade Federal de Sergipe
quinta-feira, 10 de maio de 2012
A Evolução do Olho: desafio para a evolução?
Hoje em dia dispomos de uma quantidade enorme de evidências da evolução dos vários padrões dos olhos, inclusive do ponto de vista molecular. Um organismo com a superfície do corpo revestida com células sensíveis à luz pode se orientar em um ambiente iluminado pelo Sol, como ocorre com diversas medusas e hidras. Se essas células estiverem agrupadas, formando um órgão especializado, poderão responder a intensidades luminosas menores, dando maior eficiência à busca por luz. Não por acaso, o gene com a receita de pigmento cromático das medusas, que não possuem olhos propriamente ditos, pode ser encontrado nos animais com olhos! Formar imagens seria um passo adicional importante. A seleção natural favoreceu os organismos que conseguem iniciar suas refeições de algas ou pequenos animais mais cedo e se alimentar até mais tarde. E vai aquinhoar generosamente os animais que puderem perceber uma imagem de um objeto próximo, distinguindo um predador de uma presa. Com mais alimento, e sobrevivendo por mais tempo, os animais com olhos um pouco melhores dos demais terão mais descendentes a cada geração.
Dois cientistas suecos (Dan-Eric Nilsson e Susanne Pelger) fizeram um experimento engenhoso: supuseram que, a partir de algo como um animal hipotético com um par de “proto olhos”, órgãos com uma retina plana, tivesse, a cada geração, descendentes com apenas 1% de variação nessa estrutura. A conclusão da simulação do programa de computador foi a de que em menos de 400.000 gerações pode-seformar um olho globoide, com íris e lente. Ou seja, a evolução de um olho pode ocorrer até mesmo dentro de uma pequena fração do Cambriano. No entanto, é provável que tenha ocorrido antes.
Àquela época, os animais com os melhores olhos eram os trilobitas, com olhos compostos, com pequenas lentes focalizadoras em cada unidade fotorreceptora. São conhecidos onze tipos de lentes de unidades fotorreceptoras, e apenas três estão presentes em vertebrados.
O resultado é que em poucas gerações haverá perda da funcionalidade de estruturas fotorreceptoras. É interessante que animais sem olhos, como o nemátodo C. elegans, possuem um mesmo gene relacionado com a formação do olho, mas com uma função diferente, provavelmente ligada à orientação do desenvolvimento embrionário sinalizando a região anterior do corpo.
São conhecidas populações de pelo menos trinta cavernas diferentes, geograficamente isoladas e biologicamente
Os neurônios do nervo óptico estão presentes nos embriões das espécies cegas, mas eles migram para o bulbo olfativo ao longo do desenvolvimento embrionário, o que parece favorecer a capacidade de localizar alimento no escuro. Curiosamente, o mesmo gene envolvido no desenvolvimento do olfato favorece o aumento do tamanho da mandíbula.
Assim a intensificação da seleção natural, e não seu
No entanto, apenas uma parte de nosso cérebro está relacionada ao processamento de imagens; temos regiões sensíveis apenas à alternância entre dia e noite, com base em nossa sensibilidade para o claro e oescuro, e a produção de melatonina está justamente ligada à essa percepção mais difusa. Tome 6 mg de melatonina e logo você vai sentir sono, como se estivesse há horas no escuro.
Assim, a maquinaria nervosa evoluiu paralelamente à instrumentação ótica em todos os grupos animais, mas não podemos esquecer que um organismo precisa de um sistema nervoso para responder a diferentes tipos de estímulos, não apenas os luminosos.
terça-feira, 8 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Lançamento de Livro
domingo, 29 de abril de 2012
Jovens Brasileiros Conciliam Bem Ciência e Religião
O trabalho está sendo desenvolvido como projetos de doutorado por Ana Maria Santos Gouw, que explora os resultados gerais das opiniões dos estudantes sobre ciência e tecnologia, e Helenadja Mota Rios Pereira, que explora os resultados da parte brasileira do questionário, que se refere a atitudes em relação à evolução e religião. As atitudes em relação ao meio ambiente estão sendo estudadas por Mariana Antonieta Prado, como trabalho de iniciação científica, e seus resultados parciais foram apresentados em novembro passado no Simpósio de Iniciação Científica da USP.
O grupo de pesquisa tinha desenvolvido dois trabalhos exploratórios, utilizando uma amostra mais restrita, com 294 estudantes de Tangará da Serra – MT e 358 estudantes de São Caetano do Sul – SP. Esse estudo prelininar resultou na tese de doutorado do professor da Universidade federal de Santa Maria (UFSM) Luiz Caldeira Brandt de Tolentino Neto, explorando os interesses gerais dos estudantes por ciência e tecnologia (http://www.uv.uio.no/ils/english/research/projects/rose/partners/brazil/bra-caldeira-tolentino-neto.pdf) e na dissertação de mestrado da docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Graciela Silva Oliveira, publicada recentemente (http://revistas.if.usp.br/rbpec/article/view/226), que abordou a temática evolutiva. Como parte desse esforço de pesquisa, temos ainda a tese de doutorado do professor da Universidade Federal de Sergipe Acácio Alexandre Pagan (http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Biologia/teses/ser_humano.pdf) que explorou especificamente a temática da evolução humana.
O tema da redação do último vestibular da UNICAMP foi justamente sobre os resultados da pesquisa exploratória do projeto ROSE em S. Caetano do Sul e Tangará da Serra (http://vestibular.brasilescola.com/correcoes-provas/comentario-redacao-01-unicamp-2012.htm) que tinha sido alvo de uma publicação da Revista Ciência Hoje (http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2011/282/ciencia-rejeitada).
A pesquisa foi financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do CNPq, pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da CAPES, e pela Faculdade de Educação da USP.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Seminário Internacional Brasil-Itália Sobre Ensino de Ciências
